domingo, 14 de setembro de 2008

Nova Tróia custa 450 milhões

Diário Económico, 08.09.2008

Três anos depois de José Sócrates ter premido o gatilho que implodiu as emblemáticas torres de Tróia, Belmiro de Azevedo inaugura hoje a primeira fase do Troia Resort, único projecto turístico da Sonae. O ‘chairman’ da Sonae cumpriu o prazo prometido, mas o investimento resvalou dos 300 milhões de euros previsto para os 450 milhões de euros.
Da primeira zona de desenvolvimento da Sonae Turismo, o único empreendimento que não vai abrir hoje é o Troia Design Hotel, unidade hoteleira com casino e centro de congressos, promovida pela Amorim Turismo. Jorge Armindo adianta que a abertura do Troia Resort não pressiona nem acelera o decursos das obras do seu hotel. “Temos o nosso ritmo. Vamos abrir em Janeiro porque é uma boa altura para congressos”, defende, tendo já garantida a realização de uma convenção em Fevereiro.
Os empresários com projectos nas zonas envolventes aplaudem a primeira abertura na zona que se pretende transformar em destino turístico de excelência. O grupo Pestana – na fase final de aprovação do Plano de Pormenor do seu hotel – considera que o Troia Resort “é um projecto de elevada qualidade que vai dinamizar a região. Os novos ‘ferries’, o casino e o Troia Resort vão ser peça fundamental deste novo destino turístico”, avança José Roquette, administrador do grupo Pestana, ao Diário Económico.
Também o administrador do Costa Terra, desenvolvido pela suíça Volkart, está confiante em que “o empreendimento de Tróia será significativo na dinâmica de todos os projectos do alentejo litoral”, sublinhou Tomás D’Eça Leal. Esta inauguração, aliás, representa uma nova esperança para o seu projecto, embargado em Fevereiro devido a uma providência cautelar da ambientalista Quercus.
Outras preocupações tem Vasco Cunha Mendes, administrador da Pelicano, que está a desenvolver a Herdade do Pinheirinho em Grândola. “O litoral alentejano só vai funcionar como destino se tiver massa crítica. Um só projecto não promove internacionalmente um destino turístico”, avisa. Ainda assim, a abertura dos primeiros empreendimentos é vista como positiva. “Quando os outros projectos abrirem terão imediatamente mais turistas porque estes já conhecem o destino, graças ao Troia Resort”, avançou Vasco Cunha Mendes. A Pelicano prevê a abertura da primeira fase da Herdade do Pinheirinho para 2013.

Também os outros projectos – Herdade da Comporta, Costa Terra, Herdade do Pinheirinho e Pestana Tróia – mantêm os prazos. O Pestana Tróia e a Herdade da Comporta (grupo Espírito Santo) são os projectos mais atrasados num total de dois mil milhões de euros de investimento previsto para a região. O projecto da Espírito Santo Resources já tem todos os licenciamentos aprovados. Já o projecto PIN (Potencial Interesse Nacional) para o "eco-resort" do grupo Pestana, espera a aprovação do Plano de Pormenor até Dezembro.

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