quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Acordo marca passo por causa das eleições
15.08.2009
Promotores e ambientalistas afinam um compromisso que transfere as decisões para o próximo Governo
Deitar foguetes antes da festa nunca é boa ideia. E aplica-se ao anunciado “acordo histórico” para desbloquear o impasse em que se encontram três investimentos turísticos no Litoral Alentejano — Comporta, Costa Terra e Pinheirinhos. É que a anunciada concórdia entre ambientalistas, promotores, autarcas e Governo ainda está longe de ser conseguida.
Com as eleições autárquicas e legislativas à porta, o Governo chutou para o próximo Executivo a aprovação do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Alentejo, que salvaguardaria parte das exigências impostas pelas duas associações ambientalistas que se sentaram à mesa das negociações. A Quercus e o Geota comprometem-se a retirar as duas acções em tribunal e a queixa em Bruxelas contra o Estado português se as condições que impõem obtiverem resposta. Em causa está a aprovação de três projectos de Potencial Interesse Nacional (PIN) em Rede Natura, sem uma avaliação conjunta dos impactes ambientais. O acordo — que também visa satisfazer Bruxelas — inclui a garantia de redução da área de implantação dos empreendimentos e a não expansão da área da cadeia de Pinheiro da Cruz. Porém, só a Costa Terra e a Comporta reduziram a área de construção forçados pela crise económica. “Já reduzimos a nossa área de construção em 10%”, garante o administrador da Herdade da Costa Terra, José Caiado — os mais activos na tentativa de desbloquear o impasse. Por seu lado a Pelicano (dona da Herdade dos Pinheirinhos) quer aumentar a área para satisfazer as pretensões do grupo Hyatt, que explora hotéis de luxo.Quanto a Pinheiro da Cruz, o Expresso apurou que os ministérios do Ambiente e da Economia aceitam limitar a área de um futuro estabelecimento hoteleiro ao espaço ocupado actualmente pela prisão e pelas casas dos guardas. Esta propriedade está nas mãos da empresa pública Parpública e poderia, sem esta restrição, render 7,5 mil milhões de euros.As cartas em jogo no acordo incluem também a garantia de não construção num prazo de 30-50 anos no sítio Comporta-Galé. Porém, não existe um instrumento legal de planeamento que garanta tal compromisso. Na mesa está ainda a não criação de novas Áreas de Desenvolvimento Turístico (ADT) numa faixa de cinco quilómetros, nem qualquer construção a menos de dois quilómetros da costa. Estas duas medidas constam do PROT concluído em Julho. Se esta versão vier a ser aprovada pelo próximo Governo, o número de camas turísticas não poderá ir além da população residente nos cinco concelhos do litoral alentejano. Essa quota já está ultrapassada no concelho de Grândola. Por isso, apesar de considerar “o acordo desejável”, o o presidente da Câmara de Grândola, Carlos Beato não concorda com o PROT: “Há expectativas de construção criadas pelo PROTALI (plano vigente) que devem ser cumpridas”. Mas o promotor José Caiado critica o atraso na aprovação do PROT, porque “as regras que lá estão já são suficientes para fazer o acordo”. A menos polémica das condições é a criação de uma Área Protegida Privada (APP) ao longo destas propriedades, com gestão financiada pelos promotores e integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas.Nas palavras de Francisco Ferreira da Quercus, “o acordo só tem sentido se houver um ganho ambiental muito significativo a longo prazo”. E, acrescenta Carlos Costa, do Geota, desde que “acauteladas as condições de sustentabilidade da região”.
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sábado, 8 de agosto de 2009
Tratado de paz na calha para o litoral alentejano
08.08.2009
Empresas comprometem-se a reduzir a construção, o Estado a impedir mais projectos e os ambientalistas a retirar as acções judiciais
É considerado um “acordo histórico” para os investimentos turísticos na costa alentejana — e promete dar tréguas nas queixas e processos movidos por ambientalistas, que continuam pendentes nos tribunais portugueses e em Bruxelas.
Este acordo envolve o Estado, através do Ministério do Ambiente, as organizações ambientalistas Quercus e Geota, a Câmara de Grândola e os promotores de projectos que totalizam cerca de €2,5 mil milhões (Costa Terra, Pinheirinho, Comporta e Carvalhal, os dois últimos do grupo Espírito Santo).
O objectivo é criar uma área protegida privada com 1200 hectares e 26 quilómetros de costa entre a Comporta e a Galé, a gerir em respeito pelos princípios da biodiversidade. Vai obrigar os promotores turísticos a reduzir a área de construção face às previsões iniciais, os ambientalistas a desistir dos processos judiciais e o Estado a criar legislação impeditiva de mais construção turística em toda esta área do litoral alentejano.
“É um acordo inédito, em que todas as partes se entendem para os problemas ficarem sanados”, faz notar José Caiado de Sousa, presidente do conselho de administração da Costa Terra, adiantando que as negociações começaram há um ano e estão agora na fase final. “Não há razão para que o acordo não possa ser concluído a breve prazo”.
Pinheiro da Cruz em xeque
Os pontos sensíveis que dificultam a celebração do acordo prendem-se com a recente intenção do grupo Pelicano em aumentar a construção do seu projecto na Herdade do Pinheirinho em 45 mil metros quadrados e também com a reconversão para fins turísticos da cadeia de Pinheiro da Cruz, agora propriedade da Parpública.
Os signatários do acordo batem-se para que a reconversão da prisão não envolva construção adicional. “A decisão está nas mãos do Estado e a expectativa é que o Estado dê o exemplo neste acordo de preservação ambiental”, salienta o administrador da Costa Terra, referindo que o impedimento de construção futura na área poderá passar pela revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo. “O Estado não precisa de fazer grandes acrobacias do ponto de vista legislativo para conseguir desbloquear o processo num prazo de tempo curto”.
No caso da Costa Terra, já há um acordo com os ambientalistas para os ajustes a fazer ao projecto, inicialmente orçado em €550 milhões e com um total de 2900 camas. Segundo o administrador, “não serão alterações radicais”, mas irão envolver uma redução de mais de 10% na área de construção. Caiado de Sousa lembra que a suspensão das obras na Costa Terra devido à providência cautelar movida pela Quercus já foi desbloqueada pelos tribunais. Este processo levou os suíços da Volkart a desistir da Costa Terra, que foi comprada por Pedro Queiroz Pereira. “O projecto merecia intervenção de um empresário português que acreditasse no seu potencial. É difícil um investidor estrangeiro compreender o emaranhado legal que temos no nosso país”, frisa Caiado de Sousa.
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terça-feira, 21 de julho de 2009
Administração da Costa Terra promete continuar diálogo com ambientalistas
20.07.2009
(clicar na seta para ouvir as entrevistas)
O presidente do Conselho de administração da Costa Terra, José Caiado, congratulou-se com a decisão do Tribunal Central Administrativo de revogar a providência cautelar da Quercus que levou à suspensão das obras naquele empreendimento turístico de Grândola. "Estamos obviamente muito satisfeitos com este desfecho nos tribunais portugueses", disse ao jornalista Gualter Ribeiro, José Caiado, assegurando que a empresa vai manter o diálogo iniciado há alguns meses com as associações ambientais Quercus e GEOTA.
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
Projecto turístico Costa Terra já pode recomeçar
20.07.2009
O Tribunal Central Administrativo de Lisboa revogou a Providência Cautelar interposta pela Quercus em Junho de 2007 às obras do resort da CostaTerra, em Grândola, o que permite a Pedro Queiroz Pereira avançar com o investimento. Deste acórdão já não poderá haver recurso.
No ano passado, o investidor suíço Andreas Reinhart vendeu o projecto ao empresário português Pedro Queiroz Pereira. O gestor, ligado à indústria do papel, “herdou” um investimento que tinha em curso uma providência cautelar e que tinha recebido “sinal vermelho” de Bruxelas, relativamente à análise de impacte ambiental.
Na época, Andreas Reinhar, proprietário da Herdade da Costa Terra, fez assim a cedência da sua posição accionista na empresa Costa Terra SGPS após ter aguardado 19 anos pela aprovação do projecto de desenvolvimento turístico.
Pedro Queiroz Pereira garantiu que iria desenvolver “o projecto respeitando os seus princípios e valores fundadores, mantendo a mesma equipa de gestão”, explica a Costa Terra no mesmo comunicado.
A Herdade da CostaTerra tem 850ha, dos quais apenas 200ha constituem o resort. E destes, 75% são áreas verdes. Com um investimento superior a 550 milhões de euros, prevê a criação de cerca de 1260 postos de trabalho directos e 3000 indirectos. Inclui campo de golfe, centro equestre, hotel, aparthotéis, aldeamentos, moradias, wellness/talassoterapia e até uma estalagem, entre outros.
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terça-feira, 30 de junho de 2009
Carlos Beato diz que fez mais em três anos do que rivais em trinta
Candidato novamente como independente pelo PS, o autarca salienta que este momento “é reconfortante e muito responsabilizador”, uma vez que sempre se pode “fazer mais por Grândola, um concelho tão moreno, apetitoso e bastante competitivo”. De acordo com o candidato, a sua equipa na autarquia “manter-se-á a mesma”, uma vez que o projecto de todos “ainda há-de ter um belo fim”. Além de esclarecer que o plano para a praia de Melides vai estar pronto no final deste ano, Carlos Beato sublinhou ainda a importância dos trinta quilómetros de ciclovias e das inúmeras praias galardoadas com a Bandeira Azul.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
A Galé é assim
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Estamos perto do paraíso
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domingo, 22 de fevereiro de 2009
Atlantic Tour anima Comporta durante 30 dias
A Herdade da Comporta vai transformar-se numa 'cidade equestre' para receber a 3ª edição da Atlantic Tour, entre 23 de Fevereiro e 22 de Março. Esta é uma das maiores e mais prestigiadas provas equestres de cariz internacional realizadas em Portugal, e conta com a participação de 630 cavalos e 200 cavaleiros.
António Moura, responsável pela organização, explica ao Expresso que o investimento no evento atinge 1,5 milhões de euros. "A Atlantic Tour é o maior evento equestre de sempre no país. Esperamos que tenha um impacto de 6 a 7 milhões de euros na economia da região do litoral alentejano", adianta.
Durante 30 dias vão-se disputar várias provas - todas de saltos -, com oito delas a contar para o ranking mundial. A prova final, um CSI (Concurso de Saltos Internacional) de 4 estrelas, qualifica para os Europeus de 2009 e para os Jogos Equestres Mundiais de 2010. A cavaleira Jessica Kurten, número 4 do ranking mundial, é a 'cabeça de cartaz', num evento que vai distribuir um total de 360 mil euros de prize money. A tenista Martina Hingis, ex-número 1 do mundo, é a principal atracção nas provas amadoras.
O evento é uma espécie de pré-época que conta com a apresentação de novas promessas. Por isso, os "olheiros deslocam-se a Portugal para tentarem encontrar futuros 'Ronaldos' dos cavalos", explica António Moura.
A título de curiosidade, aqui ficam alguns números do evento: 20 países representados, 300 tratadores, 100 toneladas de ração, 2400 ferraduras, 180 camiões para transporte dos cavalos, 120 mil m2 de área total e cinco pistas (três de areia e duas de relva).
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Sismo de 3,9 graus abalou Litoral alentejano
O Litoral alentejano foi abalado, a meio da tarde desta quarta-feira, por um sismo de magnitude 3,9 na escala de Richter.De acordo com o Instituto de Meteorologia, que confirmou o sismo, por volta das 16h00, o abalo teve epicentro a 12 quilómetros a Sul de Grândola, tendo sido sentido em várias localidades, como Alcácer do Sal.O sismo não causou qualquer dano, mas foi suficiente para alertar a população, sendo que as corporações de Bombeiros daquela região do Distrito de Setúbal receberam vários telefonemas a dar conta do sucedido.O comandante dos voluntários de Grândola, Rui Grilo, adiantou que embora não haja registo de vítimas, o abalo foi sentido com alguma intensidade.
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domingo, 8 de fevereiro de 2009
Carlos Beato foi eleito Presidente do Pólo de Desenvolvimento Turístico do Litoral Alentejano.
O Presidente da Câmara Municipal de Grândola foi eleito por unanimidade no passado dia 31 de Janeiro.
A Direcção da Turismo do Alentejo Litoral ERT conta, para além do Presidente Carlos Beato, com 4 vice-presidentes, são eles Vítor Poença, Carlos Alberto da Silva, Carlos Beirão da Viga e Henrique Montelobo, sendo a mesa da Assembleia-Geral presideda por Pedro Paredes.
Com sede em Grândola, o Pólo de Desenvolvimento Turístico do Litoral Alentejano integra os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.
Partes integrantes da referida entidade são também o membro do Governo com a tutela sobre o sector do turismo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Associação de Resorts do Alentejo Litoral, a Associação de Hotelaria de Portugal a Associação de Restauração e Similares de Portugal.
Rádio PAX, 05.02.2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
Crise trava maiores investimentos turísticos do país
16.01.2009
A crise está a bloquear mais de 3500 milhões de euros de investimento em turismo residencial. De uma lista de 18 grandes projectos analisados pelo PÚBLICO, e que somam mais de sete mil milhões de euros no papel, há pelo menos nove que estão a marcar passo, por falta de condições financeiras e dificuldades nas vendas.
Há dois anos, o mercado de segundas residências integradas em "resorts" foi apontado pelo Governo como um dos motores de crescimento económico, contribuindo para atingir uma meta de 21 milhões de turistas (quase o dobro do número actual) e receitas na ordem dos 15 mil milhões de euros em 2015.
A maioria dos empreendimentos analisados ostenta o estatuto legal de PIN (projecto de potencial interesse nacional), conseguindo mais facilidade nos processos burocráticos de licenciamento. No total, os cálculos do Turismo de Portugal elevam a 12.700 milhões de euros o investimento previsto em mais de 30 grandes empreendimentos para os próximos dez anos. Em causa estão 37.900 unidades (moradias), que se dividem sobretudo entre o interior e o litoral do Alentejo, o Algarve e o Oeste, na zona de Óbidos.
Mas à medida que a crise tomou conta dos mercados e a confiança dos compradores diminuiu, muitos dos investidores suspenderam a corrida por questões de precaução. Uns, especialmente no caso de empreendimentos ainda no papel, simplesmente porque os bancos deixaram de emprestar dinheiro. Outros, aguardam por novas tendências.
No Alentejo, que sofre de falta de notoriedade no segmento do turismo residencial, há projectos como a Herdade do Barrocal (da Aquapura, ligado a Diogo Vaz Guedes) que estão a ser repensados. "Gostaríamos de ir para o mercado em 2009 mas isso não vai acontecer", admite Miguel Simões de Almeida, administrador da Aquapura Hotels. Também o grupo SAIP (Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações) de José Roquette, tinha um investimento previsto de mil milhões de euros no Parque Alqueva, na zona de Reguengos de Monsaraz. A componente imobiliária deveria ser a primeira a arrancar. Agora, está apenas garantido um investimento de 250 milhões de euros, grande parte em hotelaria e serviços turísticos (náutica e golfe).
"Estamos a tentar perceber o que vai ser o pós-crise, que tendências novas é que irão surgir e que tipo de valores", comenta José Belmar da Costa, administrador executivo do Parque Alqueva. "A nossa grande vantagem é não termos ido ainda para o terreno. Temos a obrigação de fazer o que for mais adequado para o mercado", afirma.
Esta é uma opinião partilhada pelo presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), José Carlos Pinto Coelho, também investidor com o grupo Onyria. "Estava tudo montado num modelo em que havia dinheiro barato e disponível. Isso agora não há. O modelo mudou e vão aparecer outros projectos, outra maneira de viver e de gastar o tempo", defende.
Contactado pelo PÚBLICO, o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, sublinha que este segmento mantém-se como prioridade no âmbito do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), aprovado em 2006. Garantindo estar a acompanhar de perto o avançar dos investimentos, Bernardo Trindade admite no entanto alterar o PENT. "Face à conjuntura económica e à avaliação que vamos fazendo da execução das medidas, não afasto a possibilidade de revisão, mesmo porque considero que se trata de um plano dinâmico e evolutivo", avançou.
Os analistas do sector, a par da necessidade urgente de repensar a estratégia turística nacional, salientam que esta será uma oportunidade para a sobrevivência apenas dos melhores projectos. Um factor de sucesso será "mais rigor nas previsões e nos estudos de viabilidade" e menos "optimismo desmesurado", nota a consultora ILM THR. Com efeito, os actuais problemas da banca tornaram visível a fragilidade estrutural de vários projectos. Alguns dos empreendimentos têm "níveis de alavancagem financeira altíssimos", nota Andrew Coutts, director-geral da consultora.
Na ilha madeirense de Porto Santo, o Colombo's Resort é o exemplo de um empreendimento que está em maus lençóis. O grupo internacional Starwood rescindiu o contrato de gestão hoteleira com o grupo SIRAM devido ao atraso na conclusão das obras, paradas desde o Natal. Há já salários de operários em atraso. O empreendimento turístico-imobiliário de luxo enfrenta dificuldades financeiras, agravadas pela crise que atingiu os bancos a que estão ligados investidores deste projecto, entre os quais Joaquim Coimbra (JVC Holding), accionista do BPN, e Goes Ferreira (Grupo IPG), do Millennium bcp.
Frustradas as tentativas de atrair novos investidores de países árabes, o presidente do grupo SIRAM, Sílvio Santos, tem procurado obter o apoio dos governos central e regional para evitar a falência do maior investimento privado em curso na ilha e candidato ao financiamento do Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER).
À imagem do que acontece em Porto Santo, as dificuldades são bem maiores quando as obras ou a fase de comercialização já arrancaram. A Cidade Lacustre, em Vilamoura, no Algarve, é outro desses casos (ver caixa). "O facto de neste momento o Algarve ser reconhecido como destino de compra de segunda habitação por parte do mercado internacional, faz desta região a principal afectada", indica Eduardo Abreu, sócio da consultora Neoturis.
A bênção da burocracia
Apesar do cenário pouco animador, os analistas acreditam que o país está longe de se equiparar à desordenada costa espanhola. A lentidão nos licenciamentos e os travões colocados pelos instrumentos de ordenamento do território ajudaram os empresários a ganhar tempo. "Foi uma bênção que não era óbvia, mas que agora é. E se metade destes projectos já estivesse em construção?", questiona Andrew Coutts.
Na costa alentejana, concelho de Grândola, o empreendimento da Costa Terra foi um dos grandes projectos de turismo residencial classificados como PIN, que há mais de 20 anos aguardava aprovação das autoridades. A construção foi sendo travada por questões ambientais e de ordenamento do território. A empresa proprietária, que pertencia ao grupo suíço Volkart, mudou de mãos no final de 2008, quando Pedro Queiroz Pereira (Semapa) se tornou accionista de referência da Costa Terra. Actualmente a ser analisado por Bruxelas (devido a uma queixa da Quercus), é tempo de reequacionar o que estava em cima da mesa, admitem os promotores.
A Herdade do Pinheirinho, no mesmo concelho, mantém o calendário mas decidiu avançar contra a corrente: os promotores aliaram-se à cadeia hoteleira de luxo Hayatt e aumentaram o investimento previsto em quase 100 milhões de euros, para 250 milhões, mantendo o número de camas (2197 camas turísticas e 714 camas residenciais). "Pensamos que o projecto se torna mais seguro e atractivo por termos assinado contrato com uma cadeia hoteleira de luxo. É um seguro para que tenha rentabilidade", afirma Vasco Cunha Mendes, director de marketing e vendas.
Travões na comercialização
Este parece ser um caso único. Na Região Oeste, perto da vila de Óbidos, os investimentos em turismo residencial já no terreno ou ainda por realizar ultrapassam quatro mil milhões de euros, pelas contas da região de turismo.
Muitos dos resorts ainda no papel suspenderam o calendário. Outros, estão a travar o investimento em marketing, como a MSF TUR.IM que está a vender o Royal Óbidos Spa & Golf Resort, a construir a partir de Março em parceria com o grupo Oceânico.
"Não se espera que os projectos venham a ter problemas graves no sentido de serem abandonados, mas antes que reduzam pessoal e apertem o cinto", diz António Carneiro, presidente da região de turismo. Acima de tudo, esta não é uma situação perceptível no terreno. Os efeitos fazem-se sentir nas expectativas adiadas e em alguns milhares de novos postos de trabalho que ficam por criar, nota.
O que mais prejudica os empreendimentos já em comercialização é sobretudo a crise britânica, a queda da libra e a desvalorização dos planos de poupanças no Reino Unido e na Irlanda. Agora, o esforço de vendas que ainda resta volta-se para mercados alternativos, como a Escandinávia, Angola ou Rússia. Contudo, "não é expectável que de toda a oferta, mais de dez por cento seja colocada fora dos mercados tradicionais (Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Benelux e Espanha)", calcula a Neoturis.
O perfil dos compradores também está a mudar, nota Paulo Sardinheiro, representante da imobiliária Winkworth na Região Oeste. "No início apareciam pessoas à procura de segundas residências, mas no segundo semestre começaram a surgir clientes seniores à procura de casa para morar", diz.
Quanto às perspectivas de recuperação, ninguém arrisca certezas, mas antes de 2012 será difícil que o mercado volte ao que era. Até lá, Portugal terá de procurar outros modelos de desenvolvimento, com atenção às novas tendências. "Os 'resorts', como figura integrada de vários produtos turísticos, têm de ser reequacionados - estava previsto serem construídos em cinco anos e o melhor é serem concretizados em 20. Há que ocupar os que já estão construídos, em vez de acrescentar produto", defende Pinto Coelho, da CTP. José Manuel Fortunato, administrador da MSF TUR.IM, acredita na potencialidade deste segmento, mas diz que não há lugar para tantos projectos. Só haverá espaço para os que apostem na qualidade e tenham promotores experientes e com capacidade financeira, remata.
Já o secretário de Estado compromete-se a tudo fazer para que os projectos se concretizem, mas avisa que os promotores não podem ficar parados: "Têm de repensar o modelo de negócio, se for necessário, e procurar alternativas de financiamento e de comercialização".
Público 16.01.2009 - 09h16 Inês Sequeira, Ana Rute Silva
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
328 Atletas Inscritos no 5º Troféu Ori BTT de Grândola
Grândola recebe durante três dias , de 16 a 18 de Janeiro, o 5º Troféu Ori BTT .
A prova que vai reunir 328 atletas oriundos de Portugal e Espanha, é dividida em duas etapas classificativas para a Taça de Portugal de Orientação em BTT e para o WRE - World Ranking Event da IOF - International Orienteering Federation.
O Troféu Ori BTT tem uma organização conjuta do Clube da Natureza de Alvito e da Câmara Municipal de Grândola e integra o cartaz do Grândolabike 2009.
As provas decorrem na Serra de Grândola, na encosta virada ao mar e na charneca de Melides, com muitos caminhos e trilhos apresentando alguns desafios de ordem física pelos declives que algumas das suas vertentes colocam à progressão em bicicleta.
O traçado dos percursos, quanto à sua extensão e quanto ao seu grau de dificuldade técnica e física, difere conforme as classes – masculina e feminina e aos escalões etários dos participantes.
Os atletas filiados na federação portuguesa de orientação participam nos escalões de competição; os praticantes não filiados integram os OPT- Percursos de Orientação para Todos.
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