quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
"O plano que está a ameaçar turismo na costa alentejana"
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DN, 04.02.2010
Há um obstáculo comprometedor para os vários investimentos em curso na península de Tróia e no que resta de frente marítima do concelho de Grândola. Desde a Comporta até Melides. A proposta do novo Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Alentejo prevê apenas a construção de uma cama turística por cada habitante residente nos respectivos concelhos. No caso de Grândola equivalia a um total de 15 mil camas, mas só Tróia vai ter 15 307 e já estão aprovadas mais 18 mil para todo o concelho.
O autarca local eleito pelo PS a título independente, Carlos Beato, nem queria acreditar no que ouvia quando há dias foi informado da proposta pelo Ministério do Ambiente, alertando estar na disposição de "ir até às últimas consequências" para que o documento, que ainda está em debate entre várias entidades, não chegue à mesa do Conselho de Ministros na actual versão. O edil alerta que o simples facto de a proposta ter passado a existir já se revelou "suficientemente alarmista" para alguns grupos económicos que têm projectos aprovados no concelho.
"Se o Governo estabeleceu vários pólos para os desenvolvimento desta indústria, uma das quais é o Litoral Alentejano, este olhar tecnocrata do PROT é inviabilizador de toda a estratégia que foi definida pelo próprio Governo", sublinha Carlos Beato. O edil relembra que no concelho a que preside - que acumula o maior número de investimentos na costa alentejana (ver caixa) - estão aprovadas um total de cerca de 30 mil (entre empreendimentos já construídos ou em fase de arranque), com projectos reconhecidos pelo próprio Estado como PIN (Projectos de Interesse Nacional), reconhecendo que esta proposta "pode deitar por terra alguns dos compromissos assumidos pelo Governo."
Carlos Beato receia que a política do PROT seja a de respeitar apenas os investimentos que estão feitos, inviabilizando todos os outros. "Isto é inaceitável", insiste, reclamando que, pelo menos, seja dado um prazo de cinco anos para que os empreendimentos que já estão aprovados possam ser concluídos. "Que culpa tem Grândola que o Estado, para resolver o problema da Torralta, tenha atribuído mais de dez mil camas só a Tróia. Foi uma estratégia que agora não pode penalizar os outros investimentos", acrescenta.
Alguns grupos económicos com investimentos realizados ou previstos para Tróia, Comporta e Melides, contactados pelo DN, admitiram desconhecer o polémico conteúdo da proposta do PROT, esperando ser ouvidos em breve pelos ministérios do Ambiente e da Economia para tentar perceber o que está em causa e até que ponto esta limitação poderá prejudicar os futuros investimentos.
Carlos Beato já juntou em Grândola os nove autarcas do PS do Litoral Alentejano e Baixo Alentejo para garantirem que a actual versão do PROT "está carregada de burocracia e não serve os interesses da região."
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DN, 04.02.2010
Há um obstáculo comprometedor para os vários investimentos em curso na península de Tróia e no que resta de frente marítima do concelho de Grândola. Desde a Comporta até Melides. A proposta do novo Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Alentejo prevê apenas a construção de uma cama turística por cada habitante residente nos respectivos concelhos. No caso de Grândola equivalia a um total de 15 mil camas, mas só Tróia vai ter 15 307 e já estão aprovadas mais 18 mil para todo o concelho.
O autarca local eleito pelo PS a título independente, Carlos Beato, nem queria acreditar no que ouvia quando há dias foi informado da proposta pelo Ministério do Ambiente, alertando estar na disposição de "ir até às últimas consequências" para que o documento, que ainda está em debate entre várias entidades, não chegue à mesa do Conselho de Ministros na actual versão. O edil alerta que o simples facto de a proposta ter passado a existir já se revelou "suficientemente alarmista" para alguns grupos económicos que têm projectos aprovados no concelho.
"Se o Governo estabeleceu vários pólos para os desenvolvimento desta indústria, uma das quais é o Litoral Alentejano, este olhar tecnocrata do PROT é inviabilizador de toda a estratégia que foi definida pelo próprio Governo", sublinha Carlos Beato. O edil relembra que no concelho a que preside - que acumula o maior número de investimentos na costa alentejana (ver caixa) - estão aprovadas um total de cerca de 30 mil (entre empreendimentos já construídos ou em fase de arranque), com projectos reconhecidos pelo próprio Estado como PIN (Projectos de Interesse Nacional), reconhecendo que esta proposta "pode deitar por terra alguns dos compromissos assumidos pelo Governo."
Carlos Beato receia que a política do PROT seja a de respeitar apenas os investimentos que estão feitos, inviabilizando todos os outros. "Isto é inaceitável", insiste, reclamando que, pelo menos, seja dado um prazo de cinco anos para que os empreendimentos que já estão aprovados possam ser concluídos. "Que culpa tem Grândola que o Estado, para resolver o problema da Torralta, tenha atribuído mais de dez mil camas só a Tróia. Foi uma estratégia que agora não pode penalizar os outros investimentos", acrescenta.
Alguns grupos económicos com investimentos realizados ou previstos para Tróia, Comporta e Melides, contactados pelo DN, admitiram desconhecer o polémico conteúdo da proposta do PROT, esperando ser ouvidos em breve pelos ministérios do Ambiente e da Economia para tentar perceber o que está em causa e até que ponto esta limitação poderá prejudicar os futuros investimentos.
Carlos Beato já juntou em Grândola os nove autarcas do PS do Litoral Alentejano e Baixo Alentejo para garantirem que a actual versão do PROT "está carregada de burocracia e não serve os interesses da região."
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